domingo, 22 de julho de 2012

Momentos de Fé e Oração no Cangaço; Regimento a Risca Sobre Ordem do Chefe, " Lampião Virgulino Ferreira da Silva" De Joelhos Cabras da Peste é Hora de Agradecer a Deus e ao Meu Padim Padre Ciço!



Sempre as 12 hs. e as 18 hs...  Era Hábito Forte e Certeiro de  Lampião Parar a Cabroeira,  Para Fazerem Suas  Orações  Hábituais... Seja no Meio da Caatinga ou em Frente a Uma Capela de Um Vilarejo, ou Até Mesmo Em Frente ao um Cemitério ou Qualquer Cruzeiro,  de Covas de Defuntos,  de Beira de Estrada.


Justo juiz de Nazaré, filho da Virgem Maria,
Que em Belém foste nascido entre as idolatrias
Eu vos peço, Senhor, pelo vosso sexto dia
E pelo amor de meu padrinho Ciço
Que o meu corpo não seja preso, nem ferido, nem morto
Nem nas mãos da justiça envolto
Pax tecum. Pax tecum. Pax Tecum.
 Cristo assim disse aos seus discípulos
Se os meus inimigos vierem para me prender
Terão olhos, não verão
Terão ouvidos, mas não ouvirão
Terão bocas, não me falarão
Com as armas de São Jorge serei armado
Com a espada de Abraão serei coberto
Com o leite da Virgem Maria serei borrifado
Na arca de Noé serei arrecadado
Com as chaves de São Pedro serei fechado
 Onde não me posam ver nem ferir, nem matar
Nem sangue do meu corpo tirar
Também vos peço, Senhor,
Por aqueles três cálices bentos
Por aqueles três padres revestidos
Por aquelas três óstias consagradas
Que consagrastes ao terceiro dia
Desde as portas de Belém até Jerusalém
E pelo meu Santo Juazeiro

Que com prazer e alegria
Eu seja também guardado de noite como de dia
Assim como andou Jesus no ventre da Virgem Maria
Deus adiante, paz na guia
Deus me dê a companhia que sempre deu a Virgem Maria
Desde a casa santa de Belém até Jerusalém.
Deus é meu pai, Deus é meu pai,
Nossa Senhora das Dores minha mãe
Com as armas de São Jorge serei armado
Com a espada de São Tiago serei guardado para sempre
Amém


quarta-feira, 4 de julho de 2012

Romance Clássico do Sertão Baiano: Santo Antonio das Queimadas, Relatos da Prisão do Santo, Sobre Acusação de Corrupção Passiva. Relato da Invasão de Lampião a Pequena Vila de Queimadas no Ano de 1929. Do Escritor Baiano; Antonio Nonato Marques...Livro Histórico Que Também, Relata a Chegada de Todas as Expedições Militares; Na Canpanha da Destruição do Arraiá de Canudos, em 1897 Sertão da Bahia.

Livro Santo Antonio das Queimadas de, Antonio Nonato Marques. Lançado em 1984.
Foto; do Poeta Escritor; Antonio Nonato Marques. Baiano da Cidade de Queimadas.

Santo Antonio Padroeiro de Vila de Queimadas!  O  Réu Julgado e Condenado,Por Corrupção Passiva.

Bela Fotografia da Atriz; Zulmira Lantyer.  Diretora de Teatro Que Conheceu Lampião nas Ruas de Queimadas.


 Fotografia da  Primeira Igreja de Santo Antonio Das Queimadas.  A Capelinha Centenária Ainda Resiste ao Tempo.

Fotografia de Lampião e seu Bando em Vila de  Pombal Bahia em 1928. Um Ano Depois Rumou Para Queimadas.


Santo Antônio no Banco dos Réus... Sobre o assunto, o escritor Lellis Piedade escreveu a crônica que a seguir reproduziremos: " Nas charnecas do antigo sertão dos Tocós, parte integrante que foi do imensurável feudo do mestre de campo Antônio Guedes de Brito, o Conquistador do S. Francisco, nome famoso nos anaes da Bahia siscentistas, demarca-se o municipio de Santo Antônio das Queimadas. Quase todo aquele amplíssimo rincão, onde vagueavam outrora os silvícolas que lhe emprestaram o nome, é terra desnuda de arvoredo , escassa de águas perenes, e de solo pouco dadivoso , características naturais estas que anônimo aedo rústico, em era já mui afastada, - começos do século passado, ao menos - sintetizou nesta quadra, que topei na obra: A família Serrinhense do Dr. Antônio José de Araújo: " Serrinha não serra pau grosso, Coité não dá selamim, O Razo não tem fundura,Queimadas não nasce capim".
Estas quatro vilas compreendiam, antigamente, o aludido sertão, que hoje em maior número de comunas se retalha. E o Razo viu seu nome transmudado para Araci. Demorei-me em Queimadas, era um dia claro e cálido do mês de agosto, percorrendo todo o modesto vilar. Quanto na terra há, ligado à sua história, esteve-me sob os olhos: o alto da Jacobina, de onde parte velha estrada que à bi-centenária cidade do ouro vai ter; a tapera da antiga povoação, que numa cheia o Itapicuru destruiu em 1910 ou 1911; o sítio onde Moreira César fez torturar um sacerdote espanhol, a quem atribuía o delito de vender pólvora aos jagunços de Antônio Conselheiro; a casa em que esteve aposentado o general Artur Oscar; a ubiquação do hospital de sangue da sua coluna; além de outros lugares vinculados à crônica da tragédia de Canudos. Por fim, dei comigo no adro da capelinha de Santo Antônio (foto), ao lado do cemitério, construção evidentemente mais que secular, e curiosa, devido a sua alpendrada em arcaria pavimentada de lápides funerárias, que se prolonga pelo oitão do lado da epístola. Sobre o seu orago, corre no Nordeste Baiano interessante tradição. Em princípio da centúria passada, ou fins da antecedente, era a fazenda das Queimadas propriedade da piedosa senhora, a qual fabricou a citada capelinha, doando ao seu padroeiro muitas terras, e numerosa escravaria; templo este que foi erigido em paróquia no ano de 1842. Passou hoje tal regalia a outro, edificado no centro da vila. Ora, aconteceu que, em certa noite de festa, um escravo do santo praticou um crime de morte a tiros de bacamarte, no adro da igreja, escapulindo-se em seguida. Naquele tempo, se o senhor do escravo criminoso não o entregava à justiça, sofria por ele. Santo Antônio não quis obrar o milagre de fazer o negro cair às unhas dos agentes da lei. Quem sabe lá se o desgraçado merecia? Vai daí o juiz do termo, e tira devassa do crime, processa o taumaturgo capucho, e saca-lhe a imagem do santuário, conduzindo-a inquirida de cordas, no lombo de um animal, para a prisão da extinta vila de Água Fria, cujas justiças, diga-se de passagem, gozavam então de fama inexplicáveis. Foi o santo submetido a júri, nessa localidade, ou em Cachoeira, assistindo a imagem aos debates e ao veredictum do tribunal popular, encarapitada no banco dos réus. Os juízes de fato matutos condenaram o bem- aventurado franciscano a perder todos os seus haveres, que foram arrematados por um fazendeiro de Inhambupe.(...)

terça-feira, 3 de julho de 2012

CRÔNICA SOBRE O LIVRO DE ARCHIMEDES MARQUES: LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE... CRÔNICA DE AUTORIA DO CRÔNISTA ALAGOANO: CLERISVALDO BRAGA CHAGAS.



 
LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE ( I )
Clerisvaldo B. Chagas, 2 de julho de 2012.
Crônica Nº 809
(Archimedes Marques)
Alagoas, no geral, sempre foi um estado quase arredio para assunto de cangaço e para cantador repentista. Talvez, pelo gosto mais reservado para esses temas, não tenha havido repercussão por aqui do livro embargado pela Justiça “Lampião, o Mata Sete”, do juiz Pedro de Morais. Grandes repentistas e famosos livros sobre Lampião também não causam impacto nenhum no “Paraíso das Águas”, assim como já antevejo o nosso “Lampião em Alagoas”, cujo esforço está concentrado para o lançamento ainda este mês.
Embargado pela Justiça, através da família Ferreira, “Lampião, o Mata Sete”, conseguiu escapar com alguns exemplares, lidos por abnegados pesquisadores do tema cangaço. Alguns ficaram horrorizados com as baboseiras e delírios do autor (um verdadeiro Zé Limeira cantador do absurdo). Confesso que não li o citado livro que, mesmo clandestino, não circulou por essas bandas. Reagindo aos sonhos eróticos do juiz, surgiu na praça um veemente protesto comandado pelo livro antagônico “Lampião contra o Mata Sete”, do delegado de polícia, estreante na Literatura e como novo escritor do cangaço, colunista, “blogueiro” e pesquisador Archimedes Marques, no estado sergipano.
Quando o escritor atinge certa idade, reduz quase a zero a sua leitura livresca em troca das escritas frenéticas como a querer reconquistar o tempo. Pela minha parte, abri exceção para o início da frase acima, ao receber o calhamaço de 552 páginas do homem da lei Archimedes Marques. Há muito, não passando de uma leitura de 50 páginas, mergulhei no “Lampião contra o Mata Sete”, como nos velhos tempos da adolescência, lendo-o em dois dias. Sobre qualquer tipo de assunto, desde a crônica ao romance, tenho atração pelo fraseado simples, acessível, porém, mágico, burilado e criativo que faz a diferença entre o ótimo escrito da pessoa comum e o jogo atrativo de palavras e frases literárias. É assim que Archimedes consegue levar o leitor até o fim do livro como se fosse a sua linguagem a de um veterano escritor de qualquer coisa. Portanto, esse seu estilo, é um dos atrativos das páginas contra o “Mata Sete”.
Lendo o livro de Marques, não preciso mais espiar a safadeza de “Lampião, o Mata Sete”, pois as constantes citações sobre ele − apresentadas e contestadas por Archimedes − provocam náuseas desde os escritores sérios às raparigas mais fuleiras dos becos do Nordeste. O livro “Lampião contra o Mata Sete”, de Archimedes Marques, é um terremoto máximo nas pretensões do juiz aposentado Pedro de Morais.